Bom, eu nunca gostei de natal, tenho minhas razões para isso, mas este ano, eu soube de uma história muito antiga da minha família, beeeeeeem lá no início do século XX, antes mesmo da minha avó se tornar mesmo minha avó, quando ainda vivia no Japão.
Não me lembro o nome da cidade onde ela vivia. Mas isso é mero detalhe.
Mas antes, vou explicar o porque resolvi escrever sobre isso hoje, no que talvez seja o último post desse ano.
Hoje, não me lembro o que foi que levou minha mãe e eu a falarmos sobre casos de amor que terminam em tragédia. Coisas tipo Romeu e Julieta.
Então lembramos.
Quando minha avó ainda era uma adolescente, nem imaginava que um dia iria ser mãe de 15 filhos, que teria mais de 30 netos, alguns que nasceram até mesmo antes de alguns filhos. E que tudo isso aconteceria justamente no Brasil, milhares de quilometros de distancia da sua terra natal. Claro que hoje alguns netos já tem filhos e uns bisnetos também, então já passamos de 80 netos, é uma pena que a minha avó não pôde conhecer todos.
Voltando a narrativa, minha avó ainda era uma simples jovem lá no Japão, vivia até bem, ainda mais que o mundo ainda estava meio abalado pelos estragos causados com o final da 1ª guerra mundial. Sua família era tradicional, era meio incomum naquela época alguém de uma boa família oriental acabar se envolvendo com pessoas que trabalhavam na casa.
Sim, exatamente isso que aconteceu.
Não me lembro exatamente se era um primo, ou um tio mais novo da minha avó que se apaixonou pela empregada, o que era inadmissível para a família que foi contra, mas eles estavam apaixonados. E somente uma pessoa os ajudava, sim, era justamente a minha avó.
Sei que foi um tempo difícil, não sei dizer que as pessoas lá passavam por momentos difíceis, até porque era um mundo pós guerra, não imagino como tenha sido, mas eles sobreviveram a tudo isso e não encontravam meios de conseguirem ficar juntos.
Hoje em dia seria muito mais fácil e simples, claro que talvez ainda exista um certo preconceito devido as diferenças das classes sociais, mas quem se importa? É, naquela época, parece que importava muito mais do que podemos imaginar.
O que é que se pode fazer quando todos ao seu redor são contra sua escolha e o que você quer é apenas estar ao lado de quem você gosta e que as pessoas aceitem isso? É complicado não ter apoio nenhum. É mais ainda quando se tem que manter isso em sigilo, mas acho que aquela história de que "o fruto proibido é que é muito mais gostoso" realmente vem de longa data. Nesse caso, bem no começo do século passado.
Mas o jovem casal tendo apoio apenas de uma pessoa, entrou em pânico, não sabiam mais o que fazer para poderem estar juntos, para mostrarem seu amor.
Eis que surge a idéia do sacrfício.
Na cidade onde moravam, havia (no caso, acredito que ainda há), um vulcão mas adormecido. Eles contaram para minha avó da idéia. Subiram até o topo do vulcão, onde se amarram e se jogaram para dentro, caindo muitos metros abaixo, para que finalmente pudessem ficar juntos.
Após uns dias os bombeiros locais resgataram os corpos.
A família adepta de uma igreja Tenrikyo, foi pedir para rezarem uma missa pelas almas dos 2, um pastor lá, disse que na família, nasceriam gêmeos, que seriam as almas desse casal.
Sim, um tempo depois ainda no Japão, nasceram os gêmeos. Um casal. E no final do século XX, novamente a família tem um casal de gêmeos, hoje, prestes a prestarem vestibular.
E foi olhando para eles, que minha tia mais velha lembrou dessa história contada pela sua mãe e nos contou sobre o que já teve na minha família em busca do amor, em busca de apenas estar com a pessoa que se gosta.
Pensei muito nisso, penso ainda.
Até porque, pra mim, isso só acontecia no cinema, não imaginei que meus antepassados um dia teriam feito algo assim...
E caso não voltemos a postar antes do fim do ano...
FELIZ 2011 à todos!!!