Aviso:
O nome mais acertado para este post seria “A arte de
filosofar”, mas eu achei que “A arte da brisa” soava melhor.
Aviso 2:
Este post não é uma resenha, nem uma crítica, nem qualquer
outra tralha do gênero. Se você quer uma classificação para este texto,
encare-o como um comentário que se estendeu além da conta.
“Ficamos
tristes em casa e culpamos o tempo e a feiura dos prédios, mas na ilha tropical
aprendemos (depois de uma discussão num chalé, sob um céu azul imaculado) que
as condições climáticas e a aparência de nossa morada jamais serão capazes, por
si só, de escorar nossa alegria ou nos condenar à infelicidade”.
Sei
lá desde quando A Arte de Viajar do Alain de Botton estava na minha lista de
livros que eu queria, e sei lá por que eu não comprei este livro antes, pra
falar a verdade eu nem me lembro como cheguei até este livro.
Eu
gosto de ficar fuçando em sites que vendem livros, é como consultar um catálogo
de vidas que você pode escolher viver: você olha a capa do livro, lê a sinopse
e escolhe o que vai ser durante os dias em que estiver lendo aquele livro.
Sim,
viver através de livros é uma vida pela metade, constantemente interrompida
pela realidade, mas eu aprecio muito a sensação do meu cérebro interpretando as
palavras impressas na página e enviando ordens para a “destilaria” dentro dele,
que libera as “quimicazinhas” que me fazem sentir o que aquelas palavras estão
dizendo. Eu realmente aprecio esta sensação.
Provavelmente em alguma destas fuças entre livros à venda, meu
cérebro passou a esperar para enviar à destilaria as ordens vindas de A Arte de
Viajar.
Como
consumidora ávida de ficção e acostumada a histórias com começo, meio e fim bem
definidos, eu achei que o livro poderia ser meio complicado, mas a leitura é
super fluida porque Alain de Botton escreve super, super, super bem.
Mais
do que filosofar sobre o fascínio que o ato de viajar nos desperta, ou o por
que nos dispomos a abandonar o conforto do lar, nos aventurar em culturas
diferentes e “habitats” que não são os nossos e, por fim, por que sempre
voltamos para casa, o livro acaba por oferecer uma nova maneira de encarar tudo
a nossa volta. E
a maneira com que o autor faz isso é o mais interessante: em cada parte do
livro ele explora um lugar “junto” com uma personalidade.
Em determinado momento to livro, por exemplo, somos levados à Provença, na França, lugar onde Van Gogh viveu por 15
meses. A partir de um relato de viagem do autor, descobrimos como a região
inspirou Van Gogh e como a presença do artista influenciou a cidade.
Nem preciso dizer o quanto eu brisei com o livro, né?
Ah
sim. E além de tudo, o livro tem figuras!
Resumo da ópera: R$14,87
muito bem gastos (e o livro ainda chegou antes do prazo).