AVISO:
Este
post contém violência, linguagem chula, revolta, violência, violência e a minha
opinião inútil.
AVISO 2:
É
altamente desrecomendado que você (ou qualquer um) leia este post.
AVISO 3:
Vai
ler memso esta bagaça? Então tá. Só não diga que eu não te avisei.
E dito isso eu estou habilitada a dizer as
barbaridades que eu quiser e bem entender
Ninguém mais fala sobre nada, eles
apenas regurgitam o que vêem na TV, ouvem no rádio ou vêem na web. Quando foi a
última vez que você realmente conversou com alguém, sem que ficasse mandando
mensagens ou olhando para a tela ou o monitor? Uma conversa sobre algo que não
fosse celebridades, fofocas, esportes ou pop-política? Sobre algo importante?
Sobre algo pessoal?
Eu defenderia sua liberdade de
expressão, se achasse que ela está ameaçada. Eu defenderia sua liberdade de
expressão de querer mostrar piadas racistas, sobre gays, de estupro e mau gosto
sob o pretexto de ser “ousado”, mas isso não é ser “ousado”, isso é apenas o
que vende. Eles não poderiam abusar mais da baixaria comercial. Porque está é a
geração do “não, você não disse isso”, onde um comentário chocante tem mais
peso que a verdade. Ninguém tem mais vergonha e nós deveríamos celebrar isso? Eu
vi uma mulher jogando um absorvente usado em outra na TV noite passada, em um
canal que alega ser para mulheres modernas. Crianças batendo umas nas outras e
postando no Youtube. Lembra-se quando comer ratos e vermes em “Suvivor” era
chocante? Hoje é quase banal. Tenho certeza de que as garotas de “2 Girls, 1
Cup” vão ter seu próprio programa de encontros na VH1 a qualquer momento.
Sendo assim, por que ter uma
civilização se não estamos mais interessados em ser civilizados?
O
texto acima foi tirado de umas das cenas do começo do filme God Bless America
dirigido pelo ator e comediante Bobcat Goldthwait (do nostalgicamente-sessão-da-tarde “Loucademia
de Polícia”).
A história começa quando Frank, desgostoso com
todo o barulho “sem conteúdo” que é vomitado em suas orelhas dia e noite,
descobre que está com câncer no cérebro e tenta se matar. Com o cano da arma
dentro da boca e diante de uma televisão que sintonizada em um realiti show
onde uma adolescente rica tem um chilique por conta dos detalhes de sua festa
de 16 anos (referência clara ao “My Super Sweet Sixteen” da MTV), diante da
cena ele resolve que antes de morrer vai matar a chiliquenta. Depois de dar
cabo da vida privilegiada da adolescente histérica, Frank conhece Roxy, que
estudava com a jovem assassinada e que nutre o mesmo desprezo pela civilização.
Roxy convence Frank a seguir exterminando os fúteis espalhados pela America. A
partir daí sobram críticas (e balas) para todos os lados.
Antes mesmo do lançamento o filme já era escorraçado
por aqueles que achavam que o banho de sangue era mais apologia à violência e
às armas do que crítica a qualquer coisa. Mas, na minha opinião inútil, o banho
de sangue é totalmente justificado e toda a violência do filme não tem nada de gratuita.
Este é mais um daqueles casos em que a ficção ousa falar (e mais precisamente
fazer) o que a realidade não nos permite.
Com o nome do filme ironicamente sugere, God
Bless America é uma crítica ao culto à futilidade que domina os meios de
comunicação dos EUA, mas já que brasileiro adora copiar o pior de tudo quanto é
canto (e não só da terra do Tio San) acredito que a crítica também vale para
nós (o “nós” nesse caso pode muito bem ser interpretado como “nós, a raça
humana”).