AVISO:
Este post ou mesmo este blog NÃO é contra otakus, kpoppers, cultura japonesa,
J-rock, animes, sushi, sake, sashimi, gordinhos simpáticos e minos de chuquinha em boy bands coreanas, gente fantasiada de urubu, plumas, paetês, gordas trajando meia-calça arrastão e/ou ornitorrinco.
AVISO 2:
Se você não dispõe de senso de humor, este post é altamente desaconselhável.
AVISO 3:
Aliás, se você não dispõe de senso de humor é recomendável procurar ajuda psiquiátrica e/ou espiritual.
E dito isso eu estou habilitada a dizer as barbaridades que eu bem entender
A coisa é assim: uma dúzia de fulanos invade a reitoria da USP e todo mundo resolve ter uma opinião sobre o caso, mas quando uma legião de otakus ensandecidos ocupa uma universidade inteira a imprensa não fala nada.
Uma puta falta de sacanagem isso.
Como eu estive lá e agora carrego na minha mochila o botton “eu sobrevivi à Anime Dreams 2012”, resolvi fazer o relado da minha fabulosa aventura no magnífico hospício temporário chamado Anime Dreams.
Se você me conhece sabe que eu não sou a maior fã de animes, mangas e afins, mas essa foi a terceira vez que eu fui parar num evento deste naipe. Desta vez a culpada foi minha prima Laura (eu fui por livre e espontânea vontade, mas para manter minha reputação vou dizer que ela me arrastou até lá).
Já na entrada da bodega fomos surpreendidas pelo primeiro sinal de que insanidade e falta de senso habitava aquele lugar. Logo depois de colocar a pulseira (porque diferentemente dos fãs do Restart, yes, nós temos pulseirinha) uma voz esganiçada começou a chamar “mocinha, mocinha”. Como está na nossa programação genética ignorar qualquer chamado estridente, eu e minha prima seguimos andando sem dar grande atenção à voz irritante. Mas não demorou muito e o dono (isso mesmo, com O no final) cutucou minha prima e perguntou se o celular dela tinha crédito (porque provavelmente ele era fiscal de crédito de celulares), minha prima respondeu que não e o fiscal seguiu perguntando para todo mundo que estava em volta se as pessoas dispunham de créditos em seus respectivos celulares.
Impressionadas com a esganices da voz do fiscal de crédito de celulares, subimos as escadas da Universidade Cruzeiro do Sul e adentramos no mundo mágico onde é permitido a todos soltar a franga e vestir uma fantasia fora do carnaval.
Milhares de perucas, roupas mais extravagantes que o guarda-roupa da Lady Gaga, dezenas de uniformes de colegiais japoneses; espadas, facas e outras armas que não matam nada a não ser a sua fé na humanidade, um bando de gente carente ofertando abraços grátis, marmanjo vestido de anjo negro (AKA urubu) e muitas gordas de shorts jeans e meia-calça arrastão.
E aqui vale uma digressão: de uma gorda para outra, não use shorts jeans com meia arrastão. Pouquíssimas pessoas ficam bem com meia arrastão, um grupo mais seleto do que o dos ganhadores da loteria. E quando uma gorda usa shorts jeans com meia arrastão cada uma de suas pernas parece um golfinho que ficou preso numa rede de pesca, e dá mó sensação ruim isso: é triste, é trágico e dá vontade acionar o Greenpeace. Então, de uma gorda para outra, eu digo não use shorts jeans com meia arrastão.
Feito o desabafo, voltemos para a minha fabulosa aventura.
O objetivo da minha prima era ir nas salas de K-pop e eu estava desorientada e sem saber para onde ir, procurando as salas de K-pop acabamos na sala de Crepúsculo (!?) – que na minha opinião era a melhor sala de todas pelo simples motivo de que estava vazia e portanto não estava calor lá dentro nem fedendo a suor abafado dentro de fantasia, e também porque a minha camiseta do Edward Mão de Tesouras fez sucesso lá (embora o tema ali fosse outro Edward) e o pessoal ficou falando de filme do Jonnhy Depp (que é algo muito mais interessante que anime, na minha opinião).
Depois eu vim saber que a sala estava vazia porque os otakus praticam bulling contra Crepúsculo, mas isso nem é novidade porque todo mundo pratica bulling contra Crepúsculo, o povo acha que praticando bulling contra Crepúsculo eles vão disfarçar o fato de que lerem a tralha da saga toda.
Pessoas, entendam o seguinte: não é vergonha ter lido Crepúsculo. Todo mundo leu os livros, viu os filmes e quis que a Bella morresse. Vergonha não é ter lido Crepúsculo, vergonha é achar o máximo o fato do Edward brilha no sol quando na verdade o David Bowie já tinha brilhado décadas antes, ou seja, isso não é nada original.
Mas deixando todo o glitter de lado, e voltemos à minha saga.
Minha prima finalmente adentrou a sala de K-pop e eu fiquei ali vendo o povo todo despirocando nas coreografias e berrando pelos bias.
Aliás, a Anime Dreams serviu para que eu aprendesse o que significa “bias”.
Na sala do fã clube do Super Junior – que é uma banda de k-pop com muitos bias (imagina assim: pega a versão coreana de Backstreet Boys, mais a versão coreana de ‘N Sync e a versão coreana do Five e bota tudo numa mesma e única banda) – a menina me perguntou se eu não queria participar da promoção pra ganhar não sei o que, bastava eu preencher uma ficha com o meu nome, minha idade e o nome do meu bia favorito. Eu perguntei para ela “bis-quem?” e ela então me explicou que bias sãos os caras da banda. E eu tive que me segurar para não perguntar se tinha algum Howie D no Super Junior.
Tudo isso para no final das contas nós não ganharmos nada a não ser dor nos pés de ficar andando de um lado para o outro.
E enquanto nós andávamos de um lado para o outro a Laura e a amiga dela ficavam parando qualquer um trajando uma fantasia pedindo para tirar foto, e para todos eles eu disse que eles deviam cobrar um real de cada um que pedisse para tirar foto com eles. Sério, meu. Esses cosplayers não tem noção da fortuna que poderiam angariam a cada evento de anime. Eu mesma estou pensando em agenciar cosplayers, oferecer serviço de acessória de imprensa e segurança para evitar que quem não pagou a taxa tire foto.
Depois de muita foto e muito andar, chegamos à parte das banquinhas que vendem as tralhas otakus, uma espécie de mini 25 de março dos otakus. Minha prima gastou ali quase uma hora apalpando e olhando bottons no melhor estilo dona de casa escolhendo furtas e verduras no setor hortifrutigranjeiro do supermercado, e saiu de lá com bottons suficientes para pendurar até na meia (pra não dizer outra coisa) e uma daquelas plaquinhas que você escreve com pincel atômico.
Só pra não dizer que eu só falei mal de tudo, tá aí uma coisa digna de admiração: plaquinha de evento de anime. Mó treco de gênio, sem brincadeira.
Esse povo só fica aí se matando pra subir tag idiota porque ainda desconhece o poder da plaquinha de evento de anime. A plaquinha de evento de anime é mil vezes mais eficiente que tag idiotas habitando o trending topics, porque a tag no trending topics fica ali esperando para ser vista enquanto que com a plaquinha você esfrega a sua mensagem na fuça das pessoas (quase que literalmente).
Tudo bem que minha prima não me deixou escrever nada do que eu queria na plaquinha, só depois de muito custo eu consegui convencê-la a escrever “respeite a minha ressaca” e depois “é muita pinga pra pouco otaku” (o que é a mais pura verdade já que não encontrei ali nenhum lugar pra comprar um dise de álcool pra tornar tudo mais tragável. E fica aqui a minha indignação: como que uma festa numa faculdade não tem álcool? Muita falta de salubridade isso).
E quando já estávamos fora da Universidade Cruzeiro do Sul e eu achei que tinha visto e sobrevivido a tudo, eis que me surge a cereja do bolo do dia. Enquanto esperávamos nossa carona um bando de pirralhos se aproximou e um deles, o moleque tinha no máximo uns 12 anos, olhou pra gente e soltou “muito linda as duas”. Quer dizer, não basta sobreviver à concentração de histeria otaku, você também tem que levar cantada de pirralho pra pagar todos os seus pecados. E pode acreditar que depois de sábado eu estou com crédito de pecado.
Mas falando sério agora, se você chegou até o final deste texto acho que eu devo no mínimo esclarecer uma coisa: apesar das piadas eu não vejo nada de ruim em otakus e cosplayers ou no pessoal que curte k-pop e suas coreografias. A vida é muito curta pra gente não fazer aquilo que gosta. Eu gosto de fazer piada (inclusive da minha própria pessoa) e foi isso que eu fiz neste texto.
Moral da história: se a vida te der muppys, acrescente vodka e seja feliz (ou pelo menos desfrute da temporária ilusão de ser).
Até o próximo post
eu continuo s/ entender pq o tiozinho qria saber qm tinha crédito no celular, se tivesse não podia entrar??? novo preconceito isso???
ResponderExcluirbom, é por essa e milhares de outros motivos q não vou mais nos eventos q a yamato promove... p/ mim, acabou... mas to realmente surpreso por vc ter ido... e tava mais curioso ainda p/ saber como foi, pela sua visão, fora q a última vez q te vi em 1 evento desses, vc qse teve as bochechas arrancadas pela carou... hahahahahaha
mas q bom q a sua priminha gostou e mais ainda q vc a levou... acho q eu não faria isso não... rs
O moleque tava perguntando se a gente tava c/ crédito no cel p/ provavelmente ligar p/ alguém. Eu acho. Mas vai saber né?
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