AVISO:
Eu acabei transformando um post sobre um filme muito foda em um texto de auto-ajuda. Só continue a ler se tiver estômago forte.
E dito isso agora eu estou livre para dizer a besteira que eu quiser e bem entender.
Sabe quando você encana com um filme e você fica caçando aquele filme e não encontra em lugar nenhum? Aí você finalmente assiste aquele filme que caçou por muito tempo e descobre que sua obsessão tem ótimo gosto para filmes?
Foi assim com Jeux d'enfants de 2003 (segue a linha de raciocínio dos tradutores de títulos de filme: Jeux d'enfants – que em tradução literal seria “Jogos de Crianças”, passou para o inglês Love Me If You Dare – em tradução literal “ame-me se você ousar”, e então chegou ao português Amor ou Conseqüência – que em tradução literal significa isso mesmo).
Apesar de ser de 2003 eu só assisti esse filme ano passado, e ele definitivamente entrou para a minha lista de melhores filmes que assisti em 2011.
A história começa quando Sophie e Julien têm 8 anos. Sophie é filha de imigrantes que nem falam francês e por isso é vitima das piadas de todas as crianças (porque criança é o animal mais sádico que existe). Julien é um garoto solitário e com uma grande imaginação, uma mãe doente e um pai autoritário. Juntos eles inventam um jogo: aquele que estiver com a lata em forma de carrossel pode desafiar o outro a fazer qualquer coisa. Conforme os dois crescem os desafiam ficam cada vez mais extremos e as conseqüências, desastrosas.
Cada vez que eles se desafiam eles usam a pergunta “cap ou pas cap?”, que a legenda traduziu para “topa ou não topa?”, mas convenhamos que “topa ou não topa?” é muito coisa de Silvio Santos e tira todo o encanto.
“Cap” é uma abreviação comumente usada por crianças para a palavra “capable” – capaz. Então a pergunta “cap ou pas cap?” traduzida ao pé da letra fica “capaz ou não capaz?”.
Além das otrocentas versões de La Vie en Rose que ficam latejando no seu cérebro por no mínimo uma semana, o filme deixa aquela sensação de que a vida deveria ser épica, ou “o que eu teria que fazer para viver algo épico?”, como se tudo que fosse ordinário perdesse ainda mais o pouco gosto que tem.
E então você pode se perguntar se o filme causa esse estrago pra que assistir um troço desses? Ou pior, por que escrever sobre essa tralha? E mais ainda, se o filme é de 2003 e eu assisti ano passado, por que falar sobre ele agora?
A única resposta plausível (o que não quer dizer que ela seja lógica) que eu tenho é a seguinte: recentemente passamos pelo “ano novo”, aquele momento mágico em que chega a meia noite e todos os fuscas viram aboboras, as esperanças se renovam, a gente determina o que quer para o ano seguinte, escolhe o que vai fazer e o que vai deixar de fazer. E eu, como boa aspirante a escrivinhadeira, pensei em fazer um post sobre isso e então me veio a mesma sensação que eu senti depois de assistir Jeux d'enfants. Depois de brisar um pouco sobre o assunto encontrei a “solução” para isso no próprio filme: o desafio.
Eu não tenho a lata em forma de carrossel, mas eis o desafio:
Eu te desafio a gastar menos tempo falando sobre o clima (Tá frio, coloca um agasalho. Tá calor, abre a janela. Tá chovendo, leva um guarda-chuva. Tá um sol da porra, use filtro solar).
Eu te desafio a me surpreender, mostre que eu te julguei mal ou que você é muito mais do que eu pensei que fosse (eu tenho o ego do tamanho do mundo, mas neste caso vou me sentir bem por estar errada).
Eu te desafio a pelo menos tentar encontrar o lado bom das coisas (reclamar pode ser terapêutico, mas não resolve porra nenhuma).
Eu te desafio a se questionar se o que você acha que é sério é sério mesmo e se o que você considera bobagem é bobagem de verdade.
Eu te desafio a admitir que você não sabe de tudo (não sei se serve de consolo, mas nem o Google sabe).
Eu te desafio a buscar soluções efetivas em vez de apenas ficar disseminando a revolta contra atrocidades nas redes sociais.
Eu te desafio a fazer de 2012 um ano épico (e não to falando do fim do mundo).
Eu te desafio a fazer tudo isso e me proponho a fazer o mesmo.
Cap ou pas cap?
PS: um 2012 muito FODA PRA CARALHO, PORRA pra todo mundo que conseguiu chegar ao final deste texto.
Eu topo Rô o/
ResponderExcluirParabéns pelo texto e vou já atrás desse filme que parece ser ótemo!
:-****
desafio aceito...
ResponderExcluireu acho q já vi esse filme... não tenho certeza, mas acho q já... mas não ficou parecendo um livro de auto ajuda, parece mais c/ alguém q se impressionou c/ o filme...
E UM 2012 MTO DUCARALHO P/ VC, PQ VC É FODA PRA CARALHO, PORRA!!!!!
Alguém já assistiu o filme francês C.R.A.Z.Y? No Brasil: C.R.A.Z.Y: loucos de amor.
ResponderExcluirÉ uma história de um menino que é o mais amado entre os três filho de um casal comum de franceses e ao mesmo tempo que sua mãe acha que ele tem um dom de cura, o pai enxerga atitudes gays.
Não vou contar tudo, mas adianto que a trilha sonora é show. Pink Floyd, Aznavour, David Bowie, etc...
Quem assistir irá gostar, é uma viagem e não faz apologia ao homossexualismo. Um grande filme deito fora do cercadinho de Hollywood.
@LLArruda
Leandro, já assisti C.R.A.Z.Y. sim. Muito bom aliás. Até escrevi um post sobre o filme p/ o Social Rock Club por causa da trilha sonora.
ResponderExcluirE valeu pelo comentário, pessoal. Sempre bom saber q alguém leu o q escrevi hahahaha
illuminati é?
ResponderExcluirSem dúvida alguma é o filme com melhor roteiro que eu já assisti.
ResponderExcluirEu também não tenho uma lata em forma de carrossel. Mas estou jogando este jogo com uma pessoa. É incrível perceber que você é capaz de fazer coisas bobas e tomar aquilo como auto-conhecimento.
Cap!
ResponderExcluir;)